sexta-feira, 2 de maio de 2008

NINGUÉM VIVE SEM MENTIR


"Não levantarás falso testemunho", reza o oitavo mandamento. Outrora esculpido em pedra, hoje ele não vale sequer o papel em que é impresso. É, acima de tudo, desrespeitado.

Todo ser humano trapaceia, mente e engana; e, diga-se de passagem, faz isso de forma corriqueira, resoluta, refinada e calculista. Você também, aliás! Ah, não? Então você diz com todas as letras ao dono da casa que aquela festa para a qual ele lhe convidou estava um tédio mortal?

É fato científico que engodos e mentiras são nossos companheiros constantes. Em geral, são apenas mentirinhas, mas, de todo modo, são o que são: mentiras. Procuramos constantemente desculpas para comportamentos que outros poderiam julgar inadequados. Assim, inventamos um engarrafamento como pretexto para um atraso, ainda que, sinceramente, não tivéssemos a menor intenção de ser pontual.

O engodo é componente tão central em nossas vidas que compreender melhor esse fenômeno é algo importante para quase todos os assuntos humanos.

Esse tão destacado talento humano para artimanhas sutis e embustes astuciosos não constitui absolutamente uma capacidade a se lamentar. Sua origem não seria um pendor para a maldade, mas comporia, antes, elemento decisivo de nossa inteligência social.

Superestima-se o valor moral de se dizer a verdade, porém, sem o engodo e o despistamento, nossas complexas relações seriam impensáveis.

Uma mentirinha necessária sobre o novo e malogrado penteado de nossa vizinha com certeza presta maior serviço à convivência pacífica que a franqueza sem retoques. Assim como esse pequeno embuste, várias de nossas mentiras resultam, sobretudo do desejo de dar uma alegria a nosso semelhante ou de, pelo menos, não o desmascarar ou ofender sem necessidade.

Isso não significa, porém, a total reabilitação de mentirosos clássicos, pois sabe-se muito bem que a mentira está a serviço, acima de tudo, do proveito pessoal e da obtenção de alguma vantagem sobre os outros. Por meio do falseamento dos fatos, do fingimento refinado e da cordialidade representada com esperteza, o que o ser humano busca em primeiro lugar é apresentar-se da melhor maneira possível e impor seus próprios interesses.

Um comentário:

Maria disse...

amigaaaaaaaaaa!
vc é demais
kakakakakakakak
não aguenti qdo li a máteria!
booaaaaaaaaaa,muuuuuuuuuuito boa mesmo!!
não é mentira!!